Greve nos autocarros<br>com adesão elevada

«O ín­dice de adesão à greve con­tinua ele­vado, o que re­vela o es­tado de des­con­ten­ta­mento dos tra­ba­lha­dores pela re­dução real dos sa­lá­rios», afir­mava a Fe­de­ração dos Sin­di­catos de Trans­portes e Co­mu­ni­ca­ções, ao fim da manhã de quinta-feira.

Numa nota que di­vulgou à im­prensa, com um ba­lanço da greve de 24 horas, ini­ciada às 3 horas de dia 27, a Fec­trans/​CGTP-IN sa­li­entou que, a agravar as perdas sa­la­riais dos úl­timos oito anos, su­pe­ri­ores a sete por cento, as em­presas pri­vadas de trans­porte pe­sado de pas­sa­geiros querem manter inal­te­rados os va­lores das re­mu­ne­ra­ções dos tra­ba­lha­dores em 2010. Ora, com a re­dução ocor­rida nestes anos, «o sa­lário-base que os mo­to­ristas de trans­portes pú­blicos au­ferem já se situa hoje pouco acima do sa­lário mí­nimo na­ci­onal».

A pa­ra­li­sação, um mês de­pois da que ocorreu em Abril (abar­cando nessa al­tura ou­tros sec­tores onde, en­tre­tanto, foram abertas ne­go­ci­a­ções), foi igual­mente «uma res­posta às de­ci­sões do Go­verno» que vêm «pe­na­lizar os tra­ba­lha­dores, os que menos têm».

Como adesão média global, nas vá­rias de­zenas de em­presas em greve, a Fec­trans in­dicou 70 por cento, ín­dice ve­ri­fi­cado também na TST (Trans­portes Sul do Tejo) e na Ro­do­viária de Entre Douro e Minho (Grupo Transdev).

Nos dis­tritos de Coimbra e Viseu, a greve teve 95 por cento de adesão na ATAC e 85 por cento na Ro­do­viária da Beira Li­toral (do Grupo Jo­alto Transdev), en­quanto na Moisés Cor­reia & Oli­veira a luta foi sus­pensa, de­pois de ad­mi­nis­tração aceitar ne­go­ciar. Nos Trans­portes Ur­banos de Gui­ma­rães (TUG, do Grupo Ar­riva), a adesão chegou aos 98 por cento; na AVIC (Vila Verde) si­tuou-se nos 80 por cento. Na EBA (Es­teves, Braga & An­drea, em Braga) foram aceites as rei­vin­di­ca­ções dos tra­ba­lha­dores, com um au­mento sa­la­rial de dois por cento, re­velou ainda a Fec­trans.

 

TST

 

Uma greve de 48 horas, que de­veria ter­minar na ma­dru­gada de hoje, co­meçou se­gunda-feira na Trans­portes Sul do Tejo, com uma adesão média es­ti­mada em 65 a 70 por cento. Edu­ardo Tra­vassos, di­ri­gente do STRUP/​CGTP-IN, adi­antou à agência Lusa que os ní­veis de adesão não era uni­formes, dando como exem­plos os con­ce­lhos de Al­mada, com cerca de 90 por cento, e do Seixal, na ordem dos 60 por cento. Em opo­sição ao anun­ciado au­mento do ta­ri­fário, que agra­vará os preços ele­vados pra­ti­cados pela TST, o sin­di­cato aponta os baixos sa­lá­rios que a em­presa paga a tra­ba­lha­dores com grande res­pon­sa­bi­li­dade e que se re­cusa a ac­tu­a­lizar em 2010.



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